Os mitos, as lendas, as fábulas, as parábolas e as sagas épicas dos heróis e heroínas da antiguidade contam a história metafísica da vida partindo da criação do universo, que se inicia em uma Realidade vazia de qualquer essência e de qualquer forma, passando pela complexa formação dos níveis estruturais (Mundos) sutis e espirituais, prosseguindo com a formação dos reinos minerais, vegetais e animais até alcançar um grande coroamento com o surgimento da vida humana.

Os povos tradicionais detentores deste conhecimento (predominantemente oral) vivenciaram (e vivenciam) uma vida totalmente conectada ao sagrado. Para eles não existe separação entre o que é sagrado e o que é não-sagrado (profano), essa forma de ser e de viver é possível pois os mesmos mantêm-se conectados interiormente com as suas origens ancestrais cósmicas (ou os Princípios superiores da manifestação).

Historicamente podemos nos considerar distantes desses povos tradicionais, mas muitas vezes nos esquecemos que eles são as nossas raízes ancestrais mais primeva, seja você um descendente dos povos originários da América do Sul, América do Norte, dos Andes, da África, da Europa, da Ásia ou da Oceania.

A história da humanidade prosseguiu, a Visão de Mundo (paradigma) mudou, e foi nos sendo ensinado que vivemos a “melhor” fase/época que a humanidade já viveu, como uma evolução compulsória, e sendo a era moderna, mais precisamente o século XXI, o ápice da evolução e manifestação humana.

E na verdade o que houve foram diversas rupturas epistemológicas, com muitas distorções, ocasionando um estreitamento da visão de mundo vinculada a Totalidade, um grande achatamento com relação a complexidade da vida, passando por uma completa negação dos níveis interiores do Ser, nos reduzindo a criaturas completamente materialistas, regidos por uma leitura de mundo completamente meramente psicológica e racional.

Podemos dizer que os povos tradicionais viviam e vivem uma vida em um sentido vertical, mítico, qualitativo e ascensional. E o homem moderno vive uma vida no sentido horizontal, histórico, quantitativo e linear.

E inevitavelmente é dessa perspectiva moderna e “atual” que olhamos os mitos, as lendas, as parábolas e os símbolos neles contidos, como se fossem aspectos meramente físicos, comportamentais, psíquicos, sociais e sexuais.

Somos o resultado de um trágico empobrecimento causado ao longo dos dois últimos milênios, seja pelos líderes políticos e religiosos de cada época, seja pelos interesses dos poderosos, ou seja, pelo não entendimento das tradições e das suas respectivas escrituras sagradas.

Este livro surge com uma proposta de nada mais nada menos que reposicionar esse tão falado e tão pouco vivenciado “Feminino”, alçando-o ao seu lugar de origem e intrínseca nobreza (de nobilis, da raiz gno, de Gnose) seja na história, no ser humano e na vida em sua totalidade. Servindo de novo platô e base para os leitores se aprofundarem ainda mais nas obras desta mesma temática disponíveis no mercado editorial nacional.

Para isso foi necessário que o editor e autor, Américo Sommerman, contando com a sua sensibilidade, repertório interior, cultural e editorial complementasse essa obra com outros conteúdos valiosos e complementares.

Inicia a obra (introduzindo-nos a bela temática do Feminino) com o artigo de Gérard de Sorval “Reflexões sobre a Iniciação Feminina e a Sua Via Régia”, aprofundando a temática, ao nos brindar com valiosos esclarecimentos sobre “Os Mistérios de Elêusis” (mais importante e longevo dentre os cultos de Mistérios da Grécia Antiga), prossegue com uma síntese comentada inédita sobre o “Mito Grego” em geral, nos surpreende com uma síntese inédita do “Mito Andino” e coroa esta bela obra com uma síntese comentada de um tratado de alquimia Taoísta do século IX.

São 5 Partes, distribuídas em 280 páginas, demonstrando a complexidade, as nuances e dimensões desse “feminino” que gerou, engendrou e pariu o universo, a natureza, o nosso corpo e a vida em sua totalidade.

Como nos diz o próprio Américo Sommerman “este livro trata, portanto, do Feminino no Universo, em Deus e no ser humano. Mostra como ele está não apenas na Origem da manifestação divina, mas também no início de qualquer caminho espiritual autêntico de qualquer pessoa, independentemente do gênero. Por isso, este livro não é apenas para as mulheres, mas para todas as pessoas que querem compreender, que querem realmente se iniciar no Princípio Feminino Universal e no Princípio Feminino Singular: o Princípio Feminino que está por trás de todos os Mundos e o Princípio Feminino que é o fundamento da Grande Via da Realização espiritual completa”.

Que este conteúdo raro e inédito no mercado editorial, venha a enriquecer a nós todos, dinamizando todos os equívocos e percalços, sejam eles conscientes e inconscientes! Que assim seja!